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Ser ou não ser artista?

Eis a questão que transcende a mera execução de técnicas ou a produção de obras estéticas. Trata-se de uma reflexão sobre a essência da criatividade humana, a busca por significado e a capacidade de transformar a perceção do mundo. O que define ser artista não é apenas a habilidade técnica, mas um conjunto de fatores intrínsecos e extrínsecos que moldam a identidade artística.



Primordialmente, ser artista envolve uma profunda conexão com a expressão pessoal e a autenticidade. O artista é quem consegue traduzir as suas emoções, pensamentos e visões de mundo em formas tangíveis. Esta capacidade de expressar o íntimo de maneira única e ser fiel a si mesmo pode ser considerada uma característica central do ser artista. "Pinto-me a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor." – Frida Kahlo. A autenticidade na arte não se limita apenas à originalidade técnica, mas à sinceridade com que o indivíduo se comunica com o mundo.

Além disso, ser artista está relacionado com a perceção sensível e a observação crítica da realidade. O artista possui um olhar apurado para detalhes que muitas vezes passam despercebidos pelo senso comum. Esta sensibilidade permite captar nuances da experiência humana e transformá-las em arte. Assim, a perceção artística pode ser tanto uma habilidade inata como uma prática desenvolvida através da observação constante, da reflexão e da persistência. O mestre da fotografia, Cartier-Bresson, certa vez expressou que "as suas primeiras 10.000 fotos são as piores", reforçando a ideia de que a verdadeira arte surge da prática constante e da evolução do olhar crítico.

A resistência e a persistência são aspetos cruciais para quem busca ser artista. A luta contra a dúvida e a autocrítica é constante, e muitas vezes o processo criativo é uma jornada solitária. Um grande exemplo disso foi Van Gogh, que disse: "Se ouvir uma voz dentro de si dizendo 'você não é um pintor', então pinte e essa voz será silenciada." É através dessa jornada que os artistas encontram a sua voz única e genuína.

A arte está intimamente ligada à reflexão, seja consciente ou subconsciente. "Todo ato de criação é, antes de tudo, um ato de destruição", refletiu Pablo Picasso. Mesmo em formas de arte intuitivas ou automáticas, a mente do artista, influenciada pelas suas experiências e emoções, desempenha um papel reflexivo. Além disso, a interação entre a obra de arte e o observador envolve reflexão, completando o ciclo artístico. Até mesmo na arte comercial, há um nível de reflexão sobre composição e mensagem. Em contextos de produção em massa, a reflexão pode ser mínima, mas ainda presente. Em essência, a arte sem reflexão perde a sua profundidade e significado.

O Dadaísmo, um movimento artístico que surgiu no início do século XX, como uma reação contra a lógica, a razão e os valores estéticos tradicionais, desafiou as convenções ao declarar que qualquer objeto poderia ser arte se o artista assim o decidisse. "Não acredito em arte. Acredito em artistas", disse Marcel Duchamp. Por este olhar, poderíamos dizer que a arte é uma extensão da visão e da declaração do artista, independentemente da forma ou meio, ou da validação alheia.

Arte na Fotografia Quando colocamos o foco deste tema sobre a arte na fotografia, especificamente, essa reflexão ganha novos contornos, questionando a verdadeira natureza do ser fotógrafo dado diferentes contextos. Se ser artista envolve uma profunda conexão com a expressão pessoal e a autenticidade, na fotografia, isso significa capturar momentos que revelam a essência do objeto recortado do seu tempo e espaço. Cartier-Bresson disse: "Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração." A necessidade de um alinhamento profundo entre a técnica e a sensibilidade pessoal, onde a autenticidade na fotografia não se limita à captura de uma imagem, mas à transmissão de uma visão de mundo.

Ser fotógrafo está relacionado com a perceção sensível e a observação de uma possível realidade ainda não percebida. Esta sensibilidade permite captar nuances da experiência humana e transformá-las em imagens impactantes. Martin Parr, conhecido pelas suas fotografias satíricas do quotidiano, observa que "A fotografia é a forma mais simples de arte que existe. E, ao mesmo tempo, é a forma mais complexa, pois o poder da imagem é muito forte."

A determinação de ser artista e, neste caso, fotógrafo, também pode estar ligada ao reconhecimento social e ao contexto cultural. A sociedade, as instituições e indústrias ainda desempenham um papel significativo ao validar ou não o estatuto de arte, sejam os seus critérios questionáveis ou não. No entanto, no caso da fotografia e dado o cenário contemporâneo, as redes sociais adicionaram uma nova camada de complexidade a essa validação. Com a popularização de smartphones e câmaras digitais, praticamente qualquer pessoa pode autointitular-se fotógrafo. Esta democratização pode ser vista como positiva por promover diversidade e inclusão, mas ela também pode levar à perda de valor ou impacto da obra. Não há como negar que a busca por likes e seguidores muitas vezes transforma a prática fotográfica numa competição superficial, onde a profundidade artística é sacrificada pelo apelo visual imediato e temporário.

Usar a fotografia como ferramenta mercadológica obviamente tem o seu lugar e valor indiscutíveis. No entanto, a pressão desse mercado, somada à velocidade das redes sociais, gerou um sistema criativo de "piloto-automático". Neste contexto, saber fotografar parece significar apenas ter conhecimento sobre os comandos elementares para ativar esse "piloto". Muitos fotógrafos operam mais como um software ou um hardware, usando a sua inteligência apenas para criar uma sensibilidade artificial, tornando o processo mecânico e quase desprovido de vida. Afinal, pensar demais cansa, ter paciência para observar e esperar o momento certo demanda tempo, e buscar sensibilidade no olhar não rende tantos likes. E, claro, se não ficar bom, é só corrigir na edição. Captura-se a imagem já pensando em todos os artifícios tecnológicos que serão usados na pós-produção. O foco excessivo para mostrar as capacidades técnicas por vezes desvia a atenção da essência da arte. Com isso, criamos uma grande “galeria de skills” para impressionar os outros, fomentamos uma comunidade de criadores competitiva e acariciamos seus egos. E, para disfarçar, nomeamos isso como "reconhecimento" ou de "validação do talento", no entanto, afastamo-nos cada vez mais da intenção, objetivo e conceito. Já ignoramos o que vemos ou olhamos, sentimos e queremos mostrar ao mundo, e ficamos apenas à espera de aplausos. A diferença entre ver e olhar reside na intenção e no foco da perceção. “Ver”, enquanto um ato mais passivo e automático, e “olhar”, enquanto um ato ativo e intencional, distingue e ajuda a entender como interagimos e direcionamos a nossa atenção e consciência de maneiras que moldam as nossas experiências e ações. Nas redes sociais assumimos e limitamo-nos a sermos apenas criadores e consumidores de conteúdo e, por vezes, valorizamos mais a superficialidade e temos preguiça da profundidade, com menos olhar crítico ou visão consciente. Afastamo-nos a uma velocidade impressionante da contemplação, reflexão e transformação, poderes intrínsecos à arte.

Com a tecnologia avançada disponível em smartphones, hoje todos têm o potencial de capturar imagens realmente impressionantes. A facilidade de acesso às ferramentas fotográficas modernas leva-nos à conclusão de que nunca na história tivemos uma quantidade tão grande de fotos tão incríveis e de pessoas com talento e trabalho tão genuínos e significativos a serem vistos simultaneamente em todo o planeta. Em 2024, estima-se que são carregadas no Instagram aproximadamente 95 milhões de fotos e vídeos por dia. Desde o lançamento da plataforma em outubro de 2010, já foram partilhadas mais de 50 bilhões de imagens e vídeos no total. A cada segundo, cerca de 1.074 fotos são postadas, totalizando quase 4 milhões por hora (sproutsocial). Essa quantidade massiva de conteúdo reflete o crescente número de utilizadores ativos, que ultrapassam os 2 bilhões (omnicoreagendy). Os números impressionantes de fotos e vídeos partilhados no Instagram diariamente representam uma transformação significativa na indústria da arte e fotografia, e isso envolve várias implicações.

A facilidade de acesso e a enorme visibilidade potencial proporcionada pela plataforma resultam numa saturação de conteúdo que pode dificultar a distinção de trabalhos verdadeiramente inovadores e de alta qualidade. Isso pode levar a uma homogeneização dos padrões visuais e estéticos, onde a busca por popularidade e engajamento imediato pode suplantar a inovação artística e a experimentação criativa. Além disso, a vasta quantidade de conteúdo disponível pode diluir a perceção de qualidade, com fotografias de excelência a competirem diretamente com conteúdos de menor qualidade, rebaixando as expectativas do público sobre o que constitui uma obra de arte valiosa. A pressão para obter feedback instantâneo pode levar artistas a priorizarem tendências passageiras e fórmulas seguras, em detrimento da autenticidade e da exploração de novos conceitos. A curadoria, embora essencial para destacar trabalhos de alta qualidade, enfrenta o desafio de filtrar o enorme volume de uploads, muitas vezes dependendo de algoritmos que favorecem conteúdos mais populares ou comercialmente viáveis. Em resumo, enquanto o Instagram democratiza o acesso e proporciona novas oportunidades para artistas e fotógrafos, ele também apresenta desafios que podem impactar negativamente a qualidade e a evolução conceptual da arte e fotografia, promovendo um ambiente onde o quantitativo pode sobrepujar o qualitativo, o que ajuda a impulsionar a banalização dessa arte.

Com as ferramentas práticas de edição e filtros pré-prontos, podemos criar, com um ou dois comandos e em segundos, fotos incríveis! O que é, sim, genial, comparado ao daguerreótipo, o primeiro processo fotográfico amplamente utilizado na história, que produzia imagens únicas seguindo um processo manual e químico que levava cerca de 2 horas somente para uma foto ficar pronta.

Devemos, sim, celebrar a evolução e inovação prática, mas também devemos reconhecer conceptualmente que, com ela, perdemos um tanto da "aura" (como foi chamado por Walter Benjamin) de uma obra de arte, que residia na sua unicidade e autenticidade. A criação de uma única imagem era um evento significativo, quase cerimonial, enquanto hoje, a facilidade e rapidez de produção de imagens transformaram a fotografia numa atividade quotidiana, com uma nova cultura visual de consumo e perceção do valor e significado de cada imagem individual.

Com a massificação cultural da nova geração, que já nasceu com o dedo no botão de disparo, não vemos mais a necessidade de reflexão ou de questionamento. E se o nosso senso crítico mudou, logo, os indicadores e critérios também mudaram. Já consideramos dispensáveis as necessidades de referências, repertório e olhar analítico sobre as mensagens. Teremos nós transformado a fotografia em algo pasteurizado, efémero e puramente plástico? Caso positivo, ainda assim segue sendo arte ou deixou de ser em algum ponto da história do qual sequer conseguimos identificar?

Gráficos, diagramas técnicos e milhões de opções de equipamentos tecnológicos oferecem-nos resultados extremamente qualitativos e satisfatórios, mas tendem a afogar-nos em detalhismos técnicos que se sobrepõem à essência da arte executada. Susan Sontag observou que "A câmara faz todos os momentos iguais, tornando os eventos importantes como um casamento e triviais como uma folha de papel a cair do chão, igualmente importantes ou igualmente sem importância." A sua perspetiva enfatiza que a verdadeira essência da fotografia vai além dos aspetos técnicos e reside na visão e interpretação do fotógrafo.

Qualquer um pode assistir a tutoriais na internet sobre composição, exposição, luz e lentes e aprender a fotografar. O que é ótimo e inclusivo. No entanto, desses, quem está disposto a refletir sobre usar esse conhecimento para criar arte? E, mesmo sem qualquer reflexão ou intencionalidade, quem pode determinar se essa expressão também não pode ser considerada como uma nova forma de arte?

É fácil imaginar que muitos jovens fotógrafos nunca foram a uma galeria de arte e/ou de fotografia, nunca prestigiaram uma mostra de um fotógrafo renomado ou um novo talento promissor, nunca abriram um livro com as imagens mais marcantes e aclamadas da história, e nunca ouviram falar em Cartier-Bresson, Martin Parr, Sebastião Salgado, Robert Capa, Vivian Maier, Diane Arbus ou Robert Frank. E está tudo bem. Isso não quer dizer que os exemplos citados sejam algum tipo de pré-requisito para ser fotógrafo ou que optar pela ignorância cultural e alienação histórica possam diminuir a qualidade de algum profissional. De facto, fazer isso, para algumas pessoas, pode ser um verdadeiro martírio ou completamente inútil, e cada um tem o seu total direito e razões sobre as suas escolhas. Mas é inegável que há uma característica geracional evidente que esnoba o reconhecimento de quem pavimentou a via que ela cruza hoje na sua jornada, pois estão com o seu tempo e olhos dedicados somente às tendências, ao dinheiro e ao seu status. Andy Warhol nunca errou quando, nos anos 60, disse: "No futuro, todos terão os seus 15 minutos de fama." E hoje todos parecem estar à cata dela. Mas nem sempre foi assim e também não significa que precisemos perpetuar essa máxima indefinidamente.

Vivian Maier (1926-2009), uma fotógrafa de rua norte-americana que ganhou notoriedade somente após a sua morte pelas suas extraordinárias fotografias, com o seu olhar sensível e perspicaz e numa estética única, a vida urbana no século XX, da qual registou obsessivamente durante as suas horas de intervalo como ama. Esses registos incluem mais de 500 autorretratos em reflexos urbanos. Ela nunca exibiu as suas fotos publicamente, no entanto, acumulou mais de 150.000 negativos que vieram ao público somente em 2007, ganhando exposições, documentários, livros e agora é considerada uma das mais importantes da fotografia de rua do século XX. O seu trabalho mostra, entre as suas principais habilidades, a de capturar a sua própria imagem de maneiras criativas e muitas vezes introspectivas, oferecendo um vislumbre da fotógrafa por trás da câmara.

Diane Arbus (1923-1971), renomada fotógrafa americana, chegou a trabalhar em fotografia comercial e de moda e publicidade para revistas como 'Vogue' e 'Harper's Bazaar'. Mas em determinado momento da sua carreira, passou a sentir que esse tipo de trabalho não permitia a expressão pessoal e a exploração profunda das complexidades humanas, e encontrou uma forma que poderia colaborar mais e melhor com o mundo, como ela buscava. Diane encontrou a sua verdadeira voz artística, dedicando-se a capturar imagens em preto e branco de pessoas marginalizadas, excêntricas e consideradas fora dos padrões normativos da sociedade, desafiando normas e explorando a diversidade humana em toda a sua complexidade. Portanto, a fase de fotografia comercial de Diane Arbus foi crucial para o seu desenvolvimento como fotógrafa, fornecendo a base técnica e financeira que lhe permitiu explorar a sua visão artística posteriormente.

Robert Frank (1924-2019), o fotógrafo e cineasta suíço-americano, também iniciou os seus trabalhos como fotógrafo comercial para revistas como 'Harper's Bazaar'. Mas foi com o seu projeto autoral “The Americans” que foi reconhecido pelas suas fotografias sobre a vida quotidiana e aspetos da cultura americana, que eram frequentemente ignorados, com uma perspetiva única e muitas vezes crítica, o que evidenciou a sua capacidade de capturar a essência da experiência humana com uma profundidade e honestidade raramente vistas. Frank adotou uma abordagem direta e muitas vezes não convencional à fotografia. Ele usou ângulos inusitados, focos suaves e enquadramentos irregulares, o que conferiu às suas imagens uma sensação de espontaneidade e autenticidade. O livro foi inicialmente criticado pelo seu tom sombrio, mas acabou por ser reconhecido como uma obra-prima que redefiniu a fotografia documental no mundo.

Vivian, Diane e Robert são, sem dúvida, alguns dos nomes mais expressivos na arte da fotografia da história. E, ousando tentar fazer um ensaio futurológico, irónico mas não debochado, sarcástico, mas consciente, sobre esses três fotógrafos: Como será que seriam as suas obras se vivessem em 2024, dado todo o aparato tecnológico e cultural da atualidade? Possivelmente, Vivian Maier continuaria a explorar a vida urbana com a mesma discrição e detalhismo, agora com a capacidade de armazenar e organizar automaticamente suas imagens em nuvens, mas não usaria redes sociais ou, se usasse, teria um perfil fechado. Diane Arbus poderia estar a explorar amplamente a diversidade humana através dos mundos virtuais e comunidades online. Robert Frank, por sua vez, poderia estar a focar nas interações entre humanidade e tecnologia, documentando os impactos da automação e da vigilância digital na vida cotidiana dos novos americanos.

No Ensaio “Sobre a Modernidade” de Charles Baudelaire de 1863, o escritor aborda, de forma provocativa, a dicotomia entre o eterno e o efémero, sugerindo que o verdadeiro artista moderno é aquele que consegue capturar o espírito do seu tempo enquanto alcança uma qualidade intemporal na sua obra. E enfatiza a importância do artista como um mediador entre a vida e a arte. Ele vê o artista moderno como alguém que deve estar imerso na vida contemporânea, absorvendo as suas influências e refletindo-as na sua obra.

Numa livre interpretação sobre o ensaio de Baudelaire com olhar para a arte na fotografia, isso poderia ser visto na maneira como fotógrafos conseguem registar momentos fugazes e quotidianos, transformando-os em imagens que têm um impacto duradouro. O fotógrafo moderno deve ser aquele que consegue capturar a essência da vida contemporânea através das suas lentes. Fotografias conseguem congelar um instante efémero no tempo, transformando-o numa imagem permanente. Algo que no momento capturado pode ser considerado passageiro, a fotografia imortaliza essa fração de segundo, dando-lhe uma qualidade intemporal.

Sendo assim, é muito provável que os fotógrafos do passado, se vivessem hoje, se beneficiariam enormemente das tecnologias modernas, oferecendo possibilidades criativas e logísticas que não estavam disponíveis durante as suas vidas. A integração dessas tecnologias poderia enriquecer ainda mais o trabalho desses fotógrafos, ampliando a sua capacidade de capturar e partilhar as suas visões únicas do mundo. No entanto, será que as suas essências artísticas e sensibilidade para a vida quotidiana e os momentos espontâneos permaneceriam no coração dos seus trabalhos, independentemente das ferramentas disponíveis? Será que hoje teriam espaço para serem reconhecidos e renomados?

Fazer fotos vai muito além do domínio técnico ou de possuir os melhores equipamentos. O kit ideal para um fotógrafo deveria ser uma mente bem exercitada, um olhar apurado e um coração contente. Sebastião Salgado, conhecido pelas suas fotografias que retratam a condição humana, afirmou: "Não fotografamos com a nossa câmara. Fotografamos com toda a nossa cultura." Isso destaca a importância de uma formação cultural e intelectual na criação de obras fotográficas significativas. Obrigado, Salgado!

A arte, na sua essência, está intimamente ligada à reflexão. Seja através do processo criativo do artista ou da interpretação do observador, a reflexão é uma parte integrante da experiência artística. Mesmo quando o propósito não é evidente ou convencional, há sempre uma intenção ou uma função subjacente, seja esta estética, emocional, social ou filosófica. Logo, é quase impossível sustentar uma resposta para a pergunta sobre “ser ou não ser arte”. E usando a fotografia como uma das formas sua expressão, ser ou não ser fotógrafo numa era de abundância tecnológica e visual foi apenas um convite para uma reflexão que envolve autenticidade, sensibilidade, reconhecimento social e uma crítica ao uso de ferramentas modernas.

A verdadeira fotografia deve transcender a técnica e os equipamentos, encontrando o seu verdadeiro significado na capacidade de contar histórias, evocar emoções e oferecer novas perspetivas do mundo. 1. 04 de Agosto de 2024 - Lisboa, Portugal. ONEDOT® - Todos os Direitos Reservados © 2024

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